26 junho 2010

A escola já não volta e sei que dela vou lembrar...

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LIFEHOUSE- COME BACK DOWN


-Essa semana senti falta de uma coisa que eu nunca mais vou ter.O tempo em que brincadeiras no recreio eram esperadas e planejadas, de professores com raiva do falatório, de colegas reclamando de provas. De outros esperando a cola da prova de inglês da sala da frente. Do aprender a ler, de escrever redações e cabular aulas. De amendoim, de coca-cola, de férias no meio do ano, geometria espacial! Pirulito em forma de boca, big big,bala lua cheia, segredos debaixo da arvore-casa, de decisões e permissões. De ter que pedir para sair e sentar na beirada da quadra. De usar o computador para jogar paciência, de estudar na véspera, de ter repetido um ano, de ter conhecido adultos que mais eram crianças. Os ensaios aos sábados, das aulas de bateria, dos cadernos e diários, do chocolate vendo filme, dos filmes, da mania hilary duff de uma amiga, dos super heróis, do flogão, do amigo carioca, de pipoca na frente do shoping, da playtoy, do cinema, da festa de 15 anos mais perturbadora. Do amigo que eu achava que era uma garota de longe.. Do show do oficina em Volta Redonda, da padaria, da morte interior, da fogueira recheada de testemunhos e pecados ditos em alto som, de vozes enigmáticas, da pitty, do reggae, da grama e de pessoas loucas que passaram por mim. Daquele colégio, dos funcionários, de sentar na porta da sala- pois o chão era frio e estava calor. De ouvir falar de garotos, de meninas que não iam com a minha. De all star vermelho, de chiclete de uva, de deitar na grama do colégio e enxergar desenhos nas nuvens, de fruta verde no pé.

De sonhar ser cantora de rock e sair pelo mundo rumo a lugares que nem existiam.. De livros com cheiro de velho, com trabalhos na biblioteca, do Augusto Curry, da livraria. Do picolé, do suco natural de frutas citricas... Do vinho, do x-salada mais mal feito do mundo, do gordo, do voley, das partes quebradas.. De partidas, despedidas, depressões, desejos e sonhos.A Marinha, a Aeronáltica... As cartas, as flores, a arvore a quadra!

Do dia em que as palavras deixaram de ser nada, para virarem tudo.